Representantes do Comitê de Equidade e Diversidade de Gênero do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e da Coletiva Feminista GSEX da Universidade Federal de Goiás (UFG) se reuniram na cidade de Goiás, nesta quarta-feira (14), para dialogarem sobre os trabalhos desenvolvidos pela parceria das duas instituições e debaterem questões relativas à temática de gênero. O Seminário de Equidade de Gênero e de Diversidade de Orientação Sexual foi realizado no Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Goiás (CMCPJGO).

Em março deste ano, TJGO e UFG firmaram uma parceria para produção de uma cartilha de equidade e diversidade de gênero e também para ampliar o conhecimento e reflexões sobre o assunto não só no âmbito das próprias instituições como em toda sociedade.

Presente na abertura representando o chefe do Poder Judiciário goiano, desembargador Carlos França, a juíza auxiliar da Presidência Sirlei Martins da Costa destacou a postura proativa do Tribunal de Justiça ao instituir a Política de Direitos Humanos e enfrentar essas questões tornando-as públicas, “temas que há pouco tempo os tribunais não costumavam abordar”.

“Reconhecemos que a discriminação de gênero e de raça estão presentes e decidimos falar sobre isso. Além de não negar, temos de observar, aceitar as críticas e estarmos prontos para alterar. É a única forma de enfrentarmos o racismo, a discriminação e as desigualdades”, refletiu a magistrada, fazendo um convite para que “façamos essas transformações pessoais e levemos essa transformação aos que nos cercam”.

Sirlei Martins da Costa comentou que as comissões e comitês de Direitos Humanos do TJGO recebem total apoio da atual gestão, dirigida pelo desembargador Carlos França, que, segundo ela, “não só apoia, como incentiva e solicita que esses temas estejam em constante debate e sejam objeto de ações e projetos”.

Coordenador do Comitê de Equidade e Diversidade de Gênero, o juiz Vítor Umbelino falou da importância do momento, data a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos no último dia 10 de dezembro. Lembrando o cientista político e jurista italiano Norberto Bobbio, o magistrado refletiu que os direitos humanos são “conquistados a base de muita luta, de sangue, de suor”. Para Vítor Umbelino, “se não houver lutas, discussões e avanços na sociedade, os direitos humanos não passarão de meras declarações. “Precisamos consolidar esses direitos e eventos como esse nos fazem pensar sobre nossa atual situação, sobre os avanços e retrocessos”, pontou o juiz.

Anfitriã do evento, a diretora do Centro de Memória e Cultura, Laylla Nayanne Dias Lopes Vilarinho, celebrou a importância da unidade, primeira sede do Poder Judiciário, sediar eventos com reflexões tão atuais e transformadoras.

Parceria com UFG
A diretora do Campus Goiás da UFG, doutora Margareth Pereira, ressaltou o papel da universidade para os avanços dos direitos humanos. Segundo ela, “são coletivos e projetos dentro da universidade que fazem que também a universidade saia de um lugar de certo comodismo”. Ela detalhou os avanços na criação de diretorias de inclusão pela UFG e as parcerias com outras instituições para o cumprimento da função social da universidade.

Para a UFG, a data de realização do Seminário de Equidade de Gênero e de Diversidade de Orientação Sexual foi um dia significativo, pois é o aniversário de 62 anos da universidade. A data foi destacada pela coordenadora do GSEX, Maria Meire de Carvalho. “A nossa luta é para que gente possa fazer com que a sociedade reflita que ainda tem muita coisa pra transformar, para mudar”. A coordenadora ressaltou que o seminário é uma prestação de contas para apresentação do trabalho desenvolvido desde a assinatura da parceria entre TJGO e UFG e, ainda, uma discussão sobre os avanços e os próximos meses de ações.

Apresentações
O seminário contou com a apresentação dos temas: Identidades de Gênero e Diversidade de Orientação Sexual; Expectativa de gênero, estereótipo de gênero e equidade e Representatividade e Violência Institucional de Gênero e de Raça. O evento contou com apresentações culturais de Rafael Pires e Fernando Serafim, ambos da cidade de Goiás.

Nova bandeira
Durante o evento, o Comitê de Equidade apresentou a nova versão da tradicional bandeira com as cores do arco-íris. O símbolo incluiu as cores trans, intersexo e da luta antirracista e lançada na 27ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Copacabana.

Também participaram do evento as integrantes do Comitê de Equidade, servidoras Ana Beatriz Caser, Francineide da Silva Vieira e Larissa Carvalho. (Texto: Daniela Becker / Fotos: Cecília Araújo - Centro de Comunicação Social do TJGO). 


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