Estimular a adoção como um ato de amor sem precedentes. Com esse viés teve início nesta terça e quarta-feira (1º e 2) os primeiros dois módulos do curso de Preparação Psicossocial e Jurídicas para Pretendentes à Adoção, abrangendo as comarcas do interior do Goiás. Esses dois primeiros dias do evento (totalmente virtual em razão do cenário pandêmico) emocionaram os 305 candidatos presentes. A realização é da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás, por meio da Divisão Interprofissional Forense e da Comissão Judiciária Estadual de Adoção (Cejai), juntamente com a Coordenadoria da Infância e Juventude, e a Escola Judicial de Goiás (Ejug). 

Com os temas Adoção, uma conta que não fecha. Por que? e Perfil da criança/adolescente disponível para adoção x perfil desejado pelos pretendentes, o juiz Donizete Martins de Oliveira, auxiliar da CGJGO e idealizador desta iniciativa, abriu o curso na noite de terça-feira (1º) falando sobre a experiência gratificante de se adotar uma criança e todas as motivações para concretizar esse sonho. “Adotar uma criança é um ato de amor, talvez o maior que um ser humano possa experimentar. Já do ponto de vista do adotado podemos afirmar que ele terá um lar, a estrutura familiar necessária para crescer e se desenvolver plenamente, de forma saudável. A experiência da convivência familiar é, sem dúvida, um caminho que deve ser seguido sempre”, assegurou.

Em breve manifestação a juíza Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva, do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia e Coordenadora Geral da Infância e Juventude do TJGO, uma das mais experientes e sensíveis magistradas atuantes nesta seara que em todo o tempo esteve engajada para a promoção do curso, disse que adotar é uma forma de se gerar um filho na alma, no coração. “Estamos aqui na busca de uma família para uma criança e não de uma criança para uma família. Precisamos despertar nossa consciência para esse fato”, conclamou, sensibilizando os pretendentes.

Na sequência, o juiz Carlos José Limongi Sterse, do Juizado da Infância e Juventude de Anápolis e Coordenador da Infância e Juventude no Interior, também foi expositor deste primeiro módulo dando ênfase a afetividade e ao amor, frisando que, na realidade, os pretendentes é que são escolhidos e não o contrário. Ele também frisou como positivas as mudanças no cenário da adoção de crianças e adolescentes não só em Goiás, mas no País. “As estatísticas comprovam que a busca pela adoção é resultado da luta diária de magistrados, do Sistema de Justiça e da Rede de atendimento protetiva em garantir o quanto antes os direitos fundamentais da criança em ter uma convivência familiar”, comentou.

Também fizeram explanações a psicóloga Ana Paula Osório Xavier, integrante da Divisão Interprofissional Forense da CGJGO, que chamou a atenção para o rompimento dos laços afetivos e a institucionalização, aspectos que marcam significativamente a vida das crianças e dos adolescentes, e a assistente social Vanessa Maria dos Santos (convidada), do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia.

Retrospectiva histórica

Um percurso histórico sobre os direitos da criança e a forma como ela deve ser ouvida pela Justiça, além de vídeos e relatos de adoção, deram a tônica da fala da juíza Célia Regina Lara, do Juizado da Infância e Juventude de Luziânia e Diretora do Foro da referida comarca, no segundo módulo apresentado ontem (2). A temática foi voltada para as Adoções Necessárias (Adoção Tardia/Interracial/ Grupo de Irmãos/Crianças com graves e complexos problemas de saúde), além da A voz da Criança e do Adolescente como sujeitos de direitos, na adoção.

Com muita sensibilidade também fizeram considerações sobre a importância da adoção a assistente social Maria Nilva Fernandes da Silva Moreira, que está à frente da divisão interprofissional Forense da CGJGO, , Silvana do Monte Moreira, presidente da Comissão de Direito da Criança e do Adolescente da OAB/RJ, Ana Gonzaga, coordenadora dos Grupos de Apoio à Adoção, e a pedagoga Cyntia Aparecida Bernardes, membro da Divisão Interprofissional Forense da CGJGO. Por fim, vários pretendentes deram declarações comovidas e afirmaram que passaram a ter uma outra perspectiva da adoção com um conhecimento mais aprofundado sobre essa temática delicada apenas com esses dois primeiros módulos do curso.

Módulos finais

Na próxima semana, dia 9 de dezembro (quarta-feira), das 19 às 21 horas, o juiz Wagner Gomes Pereira, do Juizado da Infância e Juventude de Rio Verde, contemplará o módulo 3 fazendo uma explanação sobre os Mitos e Preconceitos relativos à Adoção à luz do Direito; Mitos e Preconceitos relativos à Adoção numa perspectiva Psicossocial; e Processo de Adaptação na Família Adotiva, o desconhecido pode (não) ser assustador.

Finalizando o rol de capacitações, a juíza Maria Socorro de Sousa Afonso da Silva, do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia e Coordenadora Geral da Infância e Juventude do TJGO, discorrerá no dia 10 de dezembro (quinta-feira), das 19 às 21 horas, sobre os Aspectos Jurídicos da Adoção e o Sistema Nacional de Adoção (SNA) encerrando, assim, o quarto módulo. O evento terminará com a fala da coordenadora pedagógica da Ejug, Flávia Osório. (Texto: Myrelle Motta - Diretora de Comunicação social da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás/Edição de imagem: Hellen Bueno - Diretoria de Planejamento e Programas da CGJGO)

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